Os jardins de Tavira são testemunhos das relações estreitas estabelecidas entre a cidade histórica e a natureza. São ainda reflexo de uma cultura, de algumas épocas e da originalidade dos seus criadores. As suas obras de arte integradas evocam factos ou figuras memoráveis, intimamente ligadas à história da cidade. As suas paisagens definidas são já complementos inseparáveis dos seus respetivos enquadramentos urbanos.
Jardins
É o mais antigo jardim público de Tavira. As obras tiveram início em 1890, culminando numa série de alterações com a construção do Mercado Municipal (1887) e dos muros das margens do rio. O Coreto foi fabricado na cidade do Porto, pela firma Fundição de Ouro, chegando a Tavira, por via marítima, em 1890. De planta centralizada octogonal e linhas flexíveis, situa-se no coração do jardim, sendo testemunho da denominada arquitetura do ferro oitocentista.
Situa-se na antiga Praça da Alagoa. O jardim forma um amplo triângulo obtuso harmoniosamente enquadrado pela praça. Encontra-se plantado um conjunto heterogéneo de árvores, flores e arbustos, onde estão representadas espécies originárias dos cinco continentes.
O terreno foi adquirido, em 1938, pela Câmara Municipal de Tavira, então presidida por Isidoro Pires. Este espaço foi projetado para a construção de um miradouro por forma a aproveitar a singular panorâmica que se abre sobre a cidade, assim como com o objetivo de requalificar o interior da fortaleza.
Converteu-se em jardim público em finais da década de cinquenta do século passado. Nele, a par das várias espécies de plantas, residem outros motivos de interesse que lhe atribuem um cunho “romântico” muito particular, como a presença cenográfica dos vestígios góticos de duas capelas do antigo claustro franciscano e de uma coleção histórica de epigrafia e escultura em pedra, composta por brasões do reino e de importantes famílias locais dispersos ao longo do recinto.