A reabilitação da antiga cadeia civil de Tavira – projeto da autoria do Arquiteto Carrilho da Graça – deu origem à atual Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, inaugurada a 24 de junho de 2005.
O Arquiteto João Luís Carrilho da Graça foi o projetista responsável pela adaptação da antiga cadeia civil a espaço de cultura, educação e lazer.
A solução arquitetónica encontrada para este equipamento passa por manter “a presença poética da memória do edifício em harmonia” com os diferentes espaços que o compõem. Ainda segundo Carrilho da Graça ” é indispensável uma atenção global aos espaços e aos edifícios, ao seu espírito e à sua matéria. Conservar e restaurar até ao limite, com o respeito que se deve àquilo de que se gosta muito (…).”
“A distribuição dos diferentes espaços da biblioteca pretende seguir a divisão por secções apontada no programa, organizando-os a partir do átrio de acesso que reúne e torna imediatamente visíveis e acessíveis os principais espaços, estando mais afastados os de trabalho e leitura que devem ser individualizáveis e silenciosos.
O plateau de acesso à biblioteca, ao nível sensivelmente do pavimento do edifício existente, relaciona-se com as ruas envolventes através de escadas e de uma rampa suave que permite o acesso direto do exterior para deficientes. No alçado principal o acesso faz-se através de um pórtico quadrado, no alinhamento do alçado e da igreja de S. Sebastião, afirmativo na aparente neutralidade de fachada e da relação convivial com a envolvente. Tem, metaforicamente, a intenção de capa de um livro: suficientemente apelativo para atrair atenções num relance, e suficientemente enigmático para nos manter presos ao desenlace, ao conteúdo.
Do plateau exterior acede-se ao átrio, a partir do qual se organizam as ligações às diferentes secções.
Prolonga-se para o foyer da sala polivalente, com ligação direta ao exterior. A Nascente propõe a área infantil, com os espaços de consulta local, individualizada ou de grupo, com iluminação e ventilação natural e ligação a um pátio exterior, ele próprio área privilegiada de leitura, em condições de bom tempo. Inclui a sala do conto, mais isolada, consequência das suas particulares condições acústicas e de funcionamento e que também tem acesso ao pátio.” (In: Arquitectura Ibérica (12). Jan /Fev. 2006)