Entre 18 e 20 de julho, pelas 22h00, a Praça da República acolhe mais um ciclo de Jazz em Tavira. Tcheka e Mário Laginha (18.07), Elas e o Jazz (19.07) e Cantigas de Maio (20.07) são os nomes do cartaz deste ano.
O ciclo inicia-se, no dia 18, com Tcheka e Mário Laginha. Estes formam uma dupla musical alicerçada na amizade e no respeito mútuo pela música de cada um. Neste concerto reúnem diversos géneros e influências, apresentando um repertório de composições originais com melodias que combinam guitarra, piano e voz.
Com uma carreira que leva mais de três décadas, Mário Laginha é, habitualmente, conotado com o mundo do jazz. Mas o universo musical que foi construindo é mais vasto, passando pelas sonoridades brasileiras, indianas, africanas, pelo pop, rock e pelas bases clássicas que estiveram presentes na sua formação. Para o artista, fazer música é, sobretudo, um ato de partilha. Dentro deste espírito, Tcheka é mais um companheiro de estrada, transportando-o para um universo que, mais uma vez, o desafia a reinventar-se enquanto músico.
Nascido num lugar recôndito da Ilha de Santiago, em Cabo Verde, Tcheka criou um estilo único que testemunha as influências recebidas à escala global. A sua música flui naturalmente, resistindo a qualquer tentativa de categorização fácil, dadas as referências a diversos géneros oriundos de Cabo Verde (batuku, funaná, finason, tabanka, morna e coladera) do jazz africano, da música folk, do blues e do rock.
No dia 19, Elas e o Jazz juntam-se à Big Band da Nazaré para render homenagem ao trio vocal mais famoso da história do jazz, as Andrew Sisters.
Mariana Norton, Joana Machado e Marta Hugon recriam as harmonias vocais inconfundíveis das irmãs Patrícia, Laverne e Maxene, revisitando alguns dos seus maiores êxitos que, durante a II Guerra Mundial, lhes valeram o epíteto de America’s Sweethearts.
A Big Band do Município da Nazaré formou-se em 1999 e tem uma formação clássica, sendo composta por cinco saxofones, quatro trompetes, quatro trombones, piano, guitarra, baixo, bateria e voz.
A terminar este ciclo, no dia 20 de julho, as Cantigas de Maio animam a Praça da República. Estas surgem como uma consequência, quase natural, no trabalho musical de mais de 30 anos de Bernardo Moreira.
Com um início marcado pela linguagem do jazz, universo em que se move até hoje, cedo enveredou por um diálogo com outros géneros musicais, com outros compositores e intérpretes de que são testemunho os dois discos editados com o seu sexteto e na companhia da cantora Paula Oliveira, “Ao Paredes Confesso” e “Lisboa que Adormece”, respetivamente.
As Cantigas de Maio retomam esse trajeto, homenageando os grandes autores musicais que marcam uma viragem na página da história social, política e cultural do nosso país. Autores que, entre si, criaram teias musicais e de partilha, assumindo a referência de José Afonso, mas contribuindo, com a sua identidade, para uma “marca” na música portuguesa: Fausto Bordalo Dias, Vitorino Salomé, Sérgio Godinho, José Mário Branco, entre outros.
Para este Cantigas de Maio, Bernardo Moreira convidou músicos que, pela sua idade e percurso musical, representam duas gerações que se cruzam, trazendo percursos e vivências distintas, que permitem uma abordagem mais moderna para um legado que não pode, nem deve ser esquecido, tendo na voz um dos cantores mais promissores na cena musical portuguesa: João Neves.
Bernardo Moreira – Contrabaixo
Ricardo J. Dias – Piano
André Santos – Guitarras
João Neves – Voz