A autarquia pretende dotar o Cineteatro António Pinheiro com condições de segurança e salubridade, assim como adaptar o espaço às necessidades que decorrem das diversas atividades culturais (dança, teatro, cinema e música), tornando-o num equipamento polivalente. A ação prevista funciona como uma mais-valia para a dinamização da atividade cultural, proporcionando a criação de uma sala de espetáculos à escala da cidade, preparada não só para produções de alguma envergadura técnica e artística como também para a utilização por parte de associações, coletividades e população em geral.
Numa primeira instância há que munir o edifício com as ferramentas técnicas necessárias à exibição de espetáculos e, consequentemente, reformular e reconfigurar todo o edifício e a sua volumetria.
Neste sentido, e de acordo com Ruben Martins, coordenador do projeto “é preciso redesenhar todo o corpo cénico, o qual prevê a subida e descida de cenários, bem como a correta instalação de todos os equipamentos de som e luz essenciais a um espetáculo atual”. Conforme esclarece “tendo a boca de cena 7m de altura deverão ser considerados 14m de altura para que os cenários possam subir e ficar totalmente recolhidos. A esta altura deverá ser adicionado o pé-direito da teia de palco, onde se situam os motores da mecânica de cena, a altura do palco, que fica 1m acima da cota de soleira, os murros do terraço e as espessuras das lajes, remetendo a altura total deste corpo para os 22,50m acima da cota da rua”. Uma opção inevitável, “dadas as caraterísticas funcionais do edifício”. Na opinião de Ruben Martins “seria impossível baixar a altura deste corpo, fazê-lo implicaria inviabilizar técnica e funcionalmente o projeto”.
Para além da caixa de palco, prevê-se, igualmente, a criação de quatro camarins, com capacidade para 19 pessoas, uma sala para funcionários e outra de reuniões.
O espaço da plateia contempla uma bancada retrátil que possibilitará o seu uso por pessoas sentadas ou de pé ou, até mesmo, para a realização de um evento com uma ligação mais estreita e direta com o público.
A escolha de uma bancada retrátil, em detrimento de uma fixa, e um proscénio elevatório, em vez de um estático, deveu-se ao facto destes elementos permitirem uma maior versatilidade e polivalência da sala e do palco.
A reformulação prevista no balcão passa, sobretudo, pela acentuação da sua inclinação e pela redefinição do número de lugares. No topo do balcão serão instaladas cabinas de tradução simultânea.
Assim, de um número base de 208 lugares fixos estima-se ser possível acolher o máximo de 590 espetadores, conforme o tipo de espetáculo.
No centro da sala, entre o balcão e a plateia, localizar-se-á a nova régie e sob esta a bancada retrátil, quando recolhida.
Na restante área referente à antiga plateia ficam as instalações sanitárias, o foyer, a bilheteira (com serviço de informações e vendas ao público), o bengaleiro e um pequeno bar. A sala de projeção mantém-se no mesmo local, bem como os respetivos acessos.
No corpo da plateia, onde se situava a entrada principal do original Teatro Popular, surgirá um novo volume que dará lugar a uma nova entrada no edifício que, tal como o primeiro, abrirá as portas para o largo. Este espaço contemplará, ainda, o bar do edifício.
Este novo espaço cultural, no exterior, apresentará dois volumes: uma parte mais baixa que confina com a Rua D. Marcelino Franco e que corresponde à localização dos camarins e outra mais alta que abriga a caixa de palco e respetiva área técnica.
Estão, deste modo, reunidas as condições para a reabilitação do atual Cineteatro António Pinheiro. Um espaço, em pleno centro da cidade, capacitado para acolher espetáculos de diferentes disciplinas.