Tavira foi elevada a cidade, em 1520, por D. Manuel I, que também lhe concedeu o segundo foral, por ser o principal porto comercial e aglomerado populacional do Algarve.
Com o abandono das praças de África, a mudança dos mercadores e homens ricos para Sevilha, perante as novas perspetivas do comércio com as Índias ocidentais, o assoreamento do rio e o aumento da tonelagem das embarcações, a atividade portuária acabou por se reduzir, contribuindo para a estabilização da população.
As funções da cidade ficaram, então, limitadas à pesca, extração de sal, agricultura e centradas nas produções tradicionais de exportação (peixe, sal, figo, azeite, vinho, amêndoa e alfarroba). Perdeu-se o bulício de outrora, estagnando, por longos anos, em termos económicos, demográficos e físicos. O crescimento urbano posterior ao séc. XVI e até meados do séc. XIX, apenas, teve expressão na Ribeira e nos quarteirões que lhe equivalem na margem direita do rio, mantendo-se as Hortas D’El Rei e do Bispo.
A atividade pesqueira sempre teve muita importância. Contudo, nos anos 50, com o afastamento dos cardumes de atum da costa, esta atividade entrou em crise.
Em termos administrativos, a cidade de Tavira era constituída por duas freguesias, Santa Maria e Santiago, as quais foram as primeiras povoações do Município.
Criada logo após a conquista de Tavira aos Mouros, por D. Paio Peres Correia, aproximadamente em 1242, Santa Maria foi a maior freguesia do concelho em termos populacionais com 8. 836 habitantes (censos 2011), numa área de 13.520 hectares. Teve a sua sede em Tavira, abarcando o núcleo histórico da cidade circundante à igreja de Santa Maria do Castelo, ao Jardim do Coreto e à Corredoura, estendendo-se a toda a margem esquerda do Rio Gilão, bem como ao interior do concelho.
Santiago, de acordo com os registos, remonta a, pelo menos, 1270, ano em que D. Afonso III doou o seu padroado ao Bispo de Silves. A freguesia tinha 2.590 hectares, 6. 297 habitantes (censos 2011) e incluía, não só no coração da cidade, mas também a norte, a zona de Santa Margarida.
Hoje, após a união de freguesias, Tavira assume como principais atividades o comércio, o turismo e os serviços, na cidade e, no interior, a agricultura.
A cozinha tradicional apresenta-se numa vasta carta de pratos de marisco e peixe. Ainda que, especialidades gastronómicas como o milho com pão frito, toucinho frito ou conquilhas, a par dos doces regionais, como os folhados de Tavira, estrelas e doces de figo, morgados, Dom Rodrigos ou os bolos de amêndoa e alfarroba, façam as delícias de todos.
No que se refere ao artesanato destaca-se, essencialmente, a latoaria, ainda que na serra se façam cestos em cana e verga, bem como cadeiras em tabua.
Tavira é o testemunho vivo de milénios de história, onde ressalta a preservada aliança entre o património edificado e a natureza, traduzindo-se numa agradável composição de igrejas, conventos, palácios e um rio tranquilo que se passeia num cenário de telhados de quatro-águas em paredes brancas de luz límpida que satisfaz todos os sentidos. Oferece, ainda, alojamentos e restaurantes de qualidade.
O passado histórico desta cidade é bastante rico e pode ser testemunhado nos seus edifícios, nos achados arqueológicos e no traçado das ruas.
Diante este quadro, o concelho de Tavira é, cada vez mais, uma realidade coletiva de grande qualidade, transmitindo a todos que por ele passam uma ideia de consonância entre o passado e o presente.
Tavira é, por isso, um convite à descoberta!